Madrugada...
Sam,
Já é madrugada, não consigo dormir e mais uma vez me vejo aqui, no canto do quarto.
Sobre a escrivaninha, meus pensamentos estão jogados sobre papéis de cartas e rascunhos.
Em minha mão, uma caneta e abaixo dela, um papel em branco.
Mais uma vez a insônia me faz companhia. Depois de tanto tempo, ela já se tornou parte de mim. É através dela que eu revejo minha vida, eu sei, não é muito bom relembrar o passado, mas sem o passado o presente não existe e gosto de lembrar dos momentos de felicidade que tivemos juntos.
Passo horas escrevendo coisas que você nunca irá ler. Falo dos meus sonhos, desejos, ódios e receios e te peço perdão por isso.
Sempre te falo como foi meu dia, te conto aquilo que eu pretendia fazer e não fiz, faço planos com você e me sinto louca por isso.
Eu te amo e você sabe muito bem disso, por isso que não consigo ficar um dia sem chorar.
[...]
Essa é mais uma carta que não lhe enviarei. Ela vai ficar jogada aqui no fundo da gaveta e um dia vou encontrá-la e lembrar da dor que senti quando te perdi para o inevitável.
Não se preocupe comigo, ficarei bem e nossa filha também.
Espero que você esteja feliz neste novo lugar.
Até o dia em que possamos nos juntar novamente e sermos felizes até a eternidade.
De quem ainda te ama muito,
Olivia.
P.S.: A morte não separa aquilo que construímos em vida. Eu te amo.
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