Ato 1 - O Jogo
Embora não
haja nenhum motivo concreto, o "achar" incomoda bastante. Na cabeça
flutuam pensamentos cheios de sentimentos diversos. Teorias são formuladas,
questionamentos são refeitos e relações são desfeitas. A verdade inventada dói
e a verdade real nunca é aceita. Então o jogo começa. Julgamentos são feitos
sem a presença de um advogado e o júri fica dividido. Não é dada a chance de
defesa. O acusado é declarado culpado sem ao menos ter jurado falar nada mais
que a verdade e é obrigado a ficar em silêncio, caso contrário algo pode lhe
ser usado contra.
Depois da
sentença, cada um vai para o seu lugar. Maus olhares são lançados àquele que
foi sentenciado. Devido ao cinismo de uns, outros são afetados. Alguns dizem
saber da verdade, mas não a enxergam nem mesmo quando ela está prestes a lhe
ofuscar a visão. A partir daí, os testes começam e mais uma etapa do jogo é
lançada. Indiretas são jogadas ao vento e se houver uma resposta, talvez seja
porque o réu se declara culpado, mesmo ele estando no direito de se defender.
Volta à tona a verdade inventada. Mais pessoas são afetadas e o desejo de
vingança se torna inevitável.
A verdade cai
por terra e mais dúvidas surgem. Não há levantamento de fatos nem acúmulo de
depoimentos, apenas suposições. Erros são apontados e mais acusações são
feitas. Detalhes são analisados de forma errada dando um novo rumo à
investigação, que acaba se tornando falha. Aos olhos de terceiros, o caso é
visto como cansativo e sem nenhum valor. O caso passa a ser arquivado e o réu,
por fim, tem um descanso enquanto espera a próxima acusação.
“Tudo o que eu disser
poderá ser usado contra mim,
me calo...”
Troy Rossilho - Tadinha de Você
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